
“Estava no Rio de Janeiro, início do século passado, mudanças urbanas e sociais, Edson Passos abria espaços e surgia a então Avenida Central, nosso clube fundado por Conrado Niemayer em 1880, ditava o crescimento, mostrava o caminho para o futuro.”
Sonhei, e vivi mesmo estes momentos, tenho certeza, vi estátuas chorando em meu sonho, tristeza que também sinto, com o clube numa crise sem precedentes.
A última Reunião do Conselho, realizada em dia 27 de julho, presidida e conduzida por leis ultrapassadas e inconstitucionais e cujos resultados são previsíveis, devido a uma maioria inconseqüente. Maioria que descumpre até o próprio estatuto em seu art. 77, que fala de ética, e segue o Código de Ética do CONFEA, órgão federal, regente da engenharia nacional, norteador do sistema CONFEA/CREA’s, que fazemos parte, com vários conselheiros representantes do Clube de Engenharia, recebemos também repasse de dinheiro de ARTs, que são geradas por sócios desta casa de engenharia em serviços profissionais.
As eleições no Sistema CONFEA/CREA’s, são realizadas para proporcionar total igualdade entre os candidatos, um exemplo, total lisura no processo eleitoral e confiança nos resultados. Candidatos a reeleição se licenciam pelo menos três meses antes, comissões eleitorais garantem igualdade de informações e não permitiriam este último jornal do clube, que mais parece um jornal da chapa Clube de Engenharia. Isto é isonomia?
Mais, o assunto principal da Reunião, era a matéria publicada no Jornal “O Globo”do dia 9 de julho, sobre escândalos na fundação José Bonifácio-UFRJ, que estava sendo divulgada na internet anonimamente sob a alcunha “observatório do clube” e cuja autoria era imputada a qualquer um dos integrantes da chapa CEU - Clube de Engenharia Unido. Diversos oradores expuseram idéias e apesar da vontade de alguns, teimosamente a maioria negava o direito de defesa à minoria. Isto é condenação sem julgamento. “Aos amigos tudo, aos inimigos as penas da lei.”
Absurdas e autoritárias afirmações e fuxicos, que expõem mais de 500 pessoas, antes aliadas, agora dissidentes e oponentes. Além de comprometer o bom andamento do processo eleitoral.
É preciso haver mudança e alternância no poder. Normalmente os dissidentes são responsáveis pelas maiores transformações, sua obsessão e persistência, são realmente capazes de mudar o óbvio, transformando minorias em dirigentes, através de uma política transparente, sem privilégios e benefícios do poder.
É preciso haver mudança e alternância no poder. Normalmente os dissidentes são responsáveis pelas maiores transformações, sua obsessão e persistência, são realmente capazes de mudar o óbvio, transformando minorias em dirigentes, através de uma política transparente, sem privilégios e benefícios do poder.
Isto é democracia? Perguntei-me sem entender e pensei: “o quanto é perigoso e oneroso para uma entidade do cunho e dimensão do Clube de Engenharia, não atualizar seus estatutos, e permitir a perpetuação no poder.”
Enquanto isso, as estátuas choram e nós acordados, choramos também.
Fernando Corrêa Lima – Chefe da DEP – Conselheiro do Clube de Engenharia
Nenhum comentário:
Postar um comentário